Lagos quer repetir sucesso
Marcelo Bezerra (Brasil Energia) - 30/01/2013
Companhia não pensou duas vezes diante dos ganhos obtidos apenas com uma troca de equipamento
Apresentada a uma solução de eficiência energética, a Lagos Indústria Química, de Arcos (MG), não pensou duas vezes diante dos ganhos obtidos apenas com uma troca de equipamento. Consumidora de vapor na etapa final de secagem do processo de precipitação do carbonato de cálcio, produzido a partir do calcário extraído na região, a empresa resolveu investir R$ 2,3 milhões num projeto que está em teste há cerca de sete meses.
A modificação envolveu um turbogerador a parafuso helicoidal da empresa chinesa HD Energia Verde. O equipamento substituiu uma válvula redutora de pressão, em operação desde que a fábrica foi inaugurada, em maio de 2004. A vantagem foi evidente: a válvula, empregada para reduzir a pressão da sua caldeira de 10 bar para 5 bar – ponto necessário para 12 secadores produzirem o vapor de secagem –, não aproveitava a corrente quente a mais na operação.
Já no gerador chinês o vapor da caldeira entra e não somente reduz a pressão para o ponto necessário como se expande para provocar uma nova rotação no gerador elétrico acoplado. Na atual operação, cria-se 250 kWh de energia elétrica, embora o equipamento tenha sido projetado para 450 kWh.
De início o aproveitamento não será total porque o mercado consumidor do carbonato de cálcio precipitado – carga mineral empregada na fabricação de creme dental, tintas, plásticos, sabonetes e sabões – está em baixa, o que levou a empresa a reduzir sua produção e necessitar hoje de apenas 15 t/h de vapor – embora a caldeira tenha capacidade nominal para 22 t/h.
Com uma demanda total de 1.000 kWh de energia elétrica, comprada da Cemig, a Lagos conta a médio prazo com uma economia considerável, o que deve amortizar logo o investimento, que está sendo pilotado pela Efficientia, esco do grupo Cemig. Isso, sobretudo, quando voltar a operar a todo o vapor – literalmente.